quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Fronte

Fronte

De longe te sinto, te quero, desejo
Teu gosto suave, teu cheiro bem perto
Tua fronte na minha, pensando o que penso
Calando o que calo. Silêncio, silêncio

A alma conecta, se une e sente
Conversa sem sons, transmite e recebe
Percebe e palata, olfato audível
Visão se reflete, na pele arrepio

Do toque mistura, se funde homogênea
Talvez alma gêmea, cometas irmãos
Amantes amigos, abraços, abrigos
Carícias, sorrisos e beijos iguais

Iguais de vontade, verdade ideal
Ver dentro se pode, total transparência
Melhor aparência que tu podes ter
Tem tudo o que queres, só peças que dou

Dou tudo o que tenho, que penso, que sou
Sim, sei. Não sou nada
Só quero que saiba
Do amor que há em mim


Tomé de Pádua

Medo

Medo

E veio, veio agora,
Cercando sorrateiro
Sangrando certeiro
O medo, de fora

Do nada, serpente
Palavra mal dita
Maldita conversa
Ciúme dispersa

Diz, peça!
Fique e faça
Retoco e conserto
Deserto, detento

Distante se fora
Diz, fique! Distoe
Ressoe, afine
Acorde e cante, vem!

Bem, vem
Preciso do tom
Do som do sim
Do certo toque, sim
Só digo: vem


Tomé de Pádua

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Brisa


Brisa

Suave agora, com calma
A alma devora, de leve
Um beijo na fronte, carinho
O outro na boca, amor

O toque aquece ao sol
A Brisa serena nos campos
Afagos fugazes, tantos
Amantes calados sozinhos

Silêncio se instala, sala
Respiro a Brisa à frente
Contato e tato contente
Desejo que não vá embora

Lá fora só frio se revela
Momento de brisa que aquece
Eterno momento reservas
Tão tenro que quase inocente

Assopra a brisa no campo
E só pra ser livre, respira
Transpira a beleza eterna
Perfeita, indomável presente.

Tomé de Pádua

Tempestade



Tempestade

E começa a tensão, tesão, tempestade
Me invade o Vento de novo, renovo, inovo
Na fúria, na cama, já jorram torrentes

Das quentes ternuras às águas claras
As mãos contorcidas de gritos contidos
Sussurros ouvidos, sentidos e cores

Favores trocados, amores rebeldes
Repeles o velho, contemplas o novo
Suave socorro, trovejas a luz

Tornado revira, revolta e me traz
Te levo depressa, te deixo nervosa
Se esconde dos outros, segredos reservas
Resolves com fugas. De novo ela vem.

Tomé de Pádua

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Pedido aos tais

Pedido aos tais

Pessoas, encarecidamente vos peço:

Amor.

Não muito, não pouco.
Em dose de fina flor.
Peço aos poucos e sem medo.
E seja a Deus o que for.

Tens o amor que tu cativas.
Faça de mim teu caminho.
Passe ou marque, ao menos um pouquinho.
Sou eu e nossas idas e vindas.

És de valia à mim.
Não duvide em momento algum.
Não peço mais do que pretende seguir.
Mas não seja mais um qualquer um.

À luz do amor que não viveu.
Lembre se que a vida se dá somente a quem se deu.


Vasconcellos, A.W.A  AKA  " apaixonado quase anônimo"

Vento


Vento

Àquela que vaga livre, que voa levando a névoa
Avilta a visagem, contempla viril, portais descobertos
Os olhos de perto não sabe que cor



Amante da tarde segunda. Primeira.
Galante o covarde a perde. Besteira.
Menina tão bela, és vento e carrega
Contigo depressa. prazeres, amém



O amigo laranja que nunca se cansa de histórias ouvir
Compõe esses versos que soltos sem margem
Se espelham na musa que lembram sorrir



A boca do Vento que sopra o momento
E sabem que nunca, ninguém pode nunca
Prendê-la pra si



És livre e perfeita, contê-la não quero
Pois sempre que sinto sua brisa soprar
Me inspiro nos campos, nas praias, no mar
Nos bares de festa de fogos e gelo
Seu doce tempero refina seu toque
Assopra minha sorte, pois sim, voi



Ó Vento me leve, me tome em teus braços
Me faça em pedaços, me beije e me dê
Um rumo sem prumo, sem ser nem saber
Atice a brasa, de cinzas desfaça
Ali nem me tem.

Tomé de Pádua

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Desordem

E veio, de novo. aceso na brasa
Sem volta pra casa, o corvo a voar.
Seu cheiro gostoso, de leve, amarelo
Tão doce e tão belo. me traga uma pá...

À beira da cova, cavada a si mesmo
No alto relevo revela-se o fim
O fim sem começo, mostrado seu preço
Do toque sem beijo, em fogo, estopim.

E sobre a estrofe que versa o início
Bem lá do princípio, já vou te contar
Na noite passada, a água encantada
Matou o Poeta, deixou-o sem rima

Deixou-o sem rumo, sem métrica..

Só sonhos, sim senhor...

O verso acaba, a estrofe, sem som
O medo se instala, mas ja acabou...


Tomé de Pádua